Entrevistei uma mestre em Arquitetura, a Carolina Araújo. Aqui estão as perguntas que fiz pra ela... confira o que ela respondeu:

Se preferir assistir à entrevista, role a página até o final.

Meu primeiro contato foi em 2010, no primeiro ano da graduação em Arquitetura, como estagiária em um renomado escritório de arquitetura de Curitiba – lá tive contato com o AutoCAD, MicroStation e também Revit. O pessoal do escritório estava migrando do MicroStation (software 3D) pra o Revit.

Na época na faculdade não se ouvia falar do Revit, e eu me apaixonei pelo software… então tive que me virar sozinha em casa, testando o Revit por mim mesma.

Com o tempo passei a divulgar para os amigos da faculdade e  também a participar de workshops para falar do Revit para outros profissionais.

Em 2014 gravei meu primeiro curso de Revit e passei a comercializar na Internet.

Antes do Revit tinha contato com o AutoCAD e o MicroStation, na época do estágio, porque no escritório tinha muita rotatividade de estagiários no escritório que eu estagiava, então cada época era um software diferente.

Passei a enxergar os espaços em 3D, o que facilitou muito na hora de projetar. Eu andava na rua já visualizando os ambientes e projetos, como ficariam no Revit.

Em conversa com professores do doutorado que estou cursando, fiquei sabendo que recentemente a USP resolveu incluir o Revit como disciplina no 1º período da faculdade, e isso é muito bom, porque vi como ajuda muito ter esse contato logo cedo.

Como arquiteta autônoma, utilizo o Revit em projetos individuais: de arquitetura, de prefeitura, MEP, mas se fosse trabalhar com uma equipe, poderia fazer a integração normalmente com outro profissional em qualquer parte do país e do mundo, cada um trabalhando em um tipo de projeto, mas todos integrados entre si. O Revit possibilita essa integração.

Da mesma forma que migramos da prancheta para o AutoCAD, também migraremos do AutoCAD para o Revit e BIM… é um caminho sem volta. Mas creio que será muito mais fácil essa transição, do que foi da prancheta para o AutoCAD.

Na realidade eu diria que não seria um conhecimento mínimo, mas um conhecimento pleno do que é a tecnologia BIM, sabendo claramente quais são seus conceitos, suas características e suas possibilidades. Na minha opinião esse deve ser o ponto focal: entender a tecnologia BIM, para depois utilizá-la em seus projetos; entender claramente como funciona o fluxo de trabalho e as informações trocadas entre o cliente, fornecedores, o arquiteto, o engenheiro e o mestre de obras; como funciona a obra real em um ambiente colaborativo.

Sim, atualmente há muitos engenheiros e arquitetos utilizando a tecnologia BIM em seus projetos. Por exemplo, hoje já existem muitos aplicativos para RA (realidade aumentada) e RV (realidade virtual) – ambos servem para antecipar os problemas virtualmente, sendo possível visualizar qualquer elemento virtualmente: seja um ambiente, seja um encanamento antes de ser colocado em uma obra real; então esses 2 aplicativos que estão sendo oferecidos para usuários de tablet, smartphones, eles estão vindo “com tudo”.

Para quem está iniciando na faculdade, o meu conselho seria o seguinte: não precisamos iniciar em um software 2D antes de aprender um software 3D, na verdade podemos mergulhar no Revit antes mesmo de iniciar no AutoCAD. Isso não atrapalhará em nada a vida acadêmica, muito pelo contrário, poderá facilitar muito o entendimento do que é um projeto digital.
E para quem está se formando, o meu conselho é o seguinte… certamente você teve contato na faculdade tanto com um software 2D, quanto com um 3D, até porque a faculdade exige esse contato, mas pode ser que a faculdade não tenha exigido o contato com a plataforma BIM. Então, o meu conselho é para quem está se formando ter o entendimento do que é BIM e não apenas o entendimento, mas também a prática, porque pode ser que em algum momento essa necessidade apareça e é extremamente recomendado que você esteja preparado(a) pra isso. Pode ser que apareça em algum momento em uma obra ou ambiente colaborativo, um projeto que abranja um maior número de profissionais, outras disciplinas… então, quando isso acontecer, é extremamente importante que já se saiba trabalhar com BIM.

Assista a entrevista na íntegra: 

Quando eu comecei minha carreira, eu não tive quem me ajudasse, mostrando o que deveria ou não fazer… eu cometi muitos erros…

Clique aqui pra saber o que eu fiz e as dicas que tenho pra você não cometer os mesmos erros!