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Quebre Barreiras e Utilize o BIM – Parte 2


No artigo anterior eu abordei alguns termos bem básicos. É claro que dentro do contexto BIM existem N termos e a grande maioria deles está listada no BIMDictionary. Eu sugiro que você use o site para se atualizar e aprender mais.
Continuando esta Série de Artigos sobre o BIM, neste segundo artigo abordaremos uma questão que é primordial:

Por onde começar?

Você precisa aprender todos os programas relacionados ao BIM?
Não seria de todo ruim, mas sabemos que isso seria impraticável. Não estou dizendo que seria impossível, mas impraticável, pois você viveria apenas estudando e tentando manter-se atualizado com uma gama de programas que estão em constante desenvolvimento, então a resposta é não… E sim, pois mesmo que você não seja um expert em todos os programas relacionados ao BIM, é importante que, ao menos, você tenha algumas noções sobre os programas: Que área desenvolvem, em que parte do processo são utilizados, como são utilizados, de onde vem e para onde vai o arquivo base e/ou informações e se os programas atendem ao requisito de INTEROPERABILIDADE… E tudo isso é apenas a ponta do iceberg!

O que é Interoperabilidade?

“A interoperabilidade pode ser entendida como uma característica que se refere à capacidade de diversos sistemas e organizações trabalharem em conjunto (interoperar) de modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais interajam para trocar informações de maneira eficaz e eficiente.” ¹

A imagem mostra um exemplo de Interoperabilidade de Ferramentas de Modelagem Paramétrica em Projetos de Plantas Industriais².
A interoperabilidade é o que permite que softwares de diferentes fabricantes possam “conversar” entre si usando uma linguagem comum e aberta. Em termos práticos e simplistas é a possibilidade de um programa conseguir abrir e entender um arquivo criado em outro programa. Por exemplo: o Revit ler e editar um arquivo .dwg criado no AutoCAD. No entanto, isso é um exemplo bem básico, a interoperabilidade exigida ou esperada no âmbito BIM é muito mais ampla, complexa e profunda do que apenas ler, comparar e editar arquivos dwg. Nesse ínterim você encontrará muita literatura sobre o formato IFC.

O que é IFC?


Industry Foundation Classes (IFC) é um padrão comum para a troca de dados nas indústrias da construção. Este formato de arquivo permite aos profissionais da construção compartilhar informações independentemente da aplicação de software que está usando. Os dados utilizados durante todo o ciclo de vida de um edifício permanecem armazenados e podem ser usados novamente para várias finalidades. Não há necessidade de enviá-los uma segunda vez. ³

Outros termos, siglas e acrônimos relacionados ao BIM


Pra você que está começando a espiar da janela esse novo mundo BIM, encontrará termos (sim, mais termos) que passarão a fazer parte do seu dia-a-dia e com o tempo, serão absorvidos de tal forma que pensar sobre eles já não será mais necessário. É como andar de bicicleta: A partir do momento em que você apenas sobe em uma e começa a pedalar você não pensa mais em como se equilibrar, já está inerente, já faz parte do processo. Você não pensa, você sabe e segue em frente.
E você precisa saber TODOS os termos? Seria inviável, pois a cada dia NOVOS termos surgem, e você ficaria preso naquele círculo vicioso de tentar saber TUDO e estaria sempre “atrasado” com a “última novidade” e, consequentemente, você teria tempo hábil de praticar o BIM?

A resposta para a questão “você precisa saber TODOS os termos?” é: Não… E sim novamente, porque você não precisa ser um expert e saber tudo, mas precisa estar consciente de que todos os dias milhares de informações são criadas. O que você precisa é saber discernir entre quais informações serão úteis para você e as que não serão, porque tendo isso em mente você pode descartar perder seu tempo com informações que não farão diferença NO SEU TRABALHO.
Por que os termos, siglas e acrônimos são em Inglês?
Porque o Inglês é uma língua universal. Vamos supor que um espanhol e um japonês precisem desenvolver um projeto em conjunto, mas o espanhol não fala japonês e o japonês não fala espanhol. Qual a língua mais utilizada ao redor do mundo quando o assunto é trocar informações? A língua inglesa. É por este motivo, e mesmo que você não goste, a realidade é esta e, se você quer manter-se no mercado de trabalho como uma força ativa você precisará mudar sua forma de encarar isso.
Então veja o significado(⁴,⁵,⁶) de mais alguns desses termos, siglas e acrônimos relacionados ao BIM:
MODELO FEDERADO: Fazendo uma analogia com a ferramenta Xref do AutoCAD, encare o Modelo Federado como um arquivo DWG formado por uma Super Xref só que bem mais complexo, ou seja: É um arquivo que pode ter “anexado” vários outros tipos de arquivos, que se complementam para formarem o modelo completo. Esse modelo federado pode ser criado no NavisWorks: O arquiteto envia seu arquivo (dwg, rvt ou outra extensão) para um servidor, os demais profissionais usam esse arquivo como base para desenvolver os projetos elétricos, de estrutura, hidrossanitário, etc. Então veja que o modelo federado pode ser composto de vários tipos de arquivos, desenvolvidos em softwares diferentes.

ENTREGÁVEIS EM BIM: Entregáveis são todos os itens necessários para atingir o objetivo do projeto. Esses itens são tangíveis, mensuráveis e o seu desenvolvimento pressupõe uma subsequente interação de um ou mais participantes do projeto, ou seja, uma entrega. Exemplos: documentos, como pranchas de execução de alvenarias, forro (pdf, dwf), relatórios fotográficos (doc, jpg, ppt), planilhas orçamentárias (xls, mdb), modelos BIM (ifc, rvt), relatório de interferências (doc, html, xls), bases de trabalho em CAD (dwg, dxf), etc.
LOD – Level Of Detail: Nível de Detalhes. É a descrição do conteúdo gráfico em modelos em cada uma das etapas do projeto.
LOI – Level of Information: Nível de Informações. É a descrição do conteúdo não gráfico em modelos em cada uma das etapas do projeto.
BEP ou BIM EP – BIM Execution Plan: Plano de Execução BIM. É um documento básico que define a estratégia e os processos do BIM para a conclusão bem sucedida do projeto.
BCF – BIM Collaboration Format: Formato de Colaboração BIM. É um formato de arquivo que permite a adição de textos, imagens, etc, sobre um modelo para melhorar a comunicação.
CDE – Common Data Environment: Ambiente Comum de Dados. É um repositório de informações central que pode ser acessado por todas as partes interessadas em um projeto, como a nuvem.
IPD – Integrated Project Delivery: Entrega Integrada de Projetos. É a abordagem que considera, desde o início, todos os elementos do ciclo de vida do produto, da concepção ao descarte.
COBIE – Construction Operations Building Information Exchange: Troca de Informações das Operações de Construção. É um esquema de dados que é entregue em um formato de planilha e contém um “subconjunto” das informações do modelo de construção (exceto dados gráficos), para a transferência de FM.
IDM – Information Delivery Manual:Manual de Entrega de Informações. Especifica quantos tipos de informações são necessárias durante a construção de um projeto ou a operação de um ativo construído. É conhecido como o padrão buildingSMART para processos.
FM – Facility Management: Gerenciamento de Facilidades. Refere-se às atividades interdisciplinares realizadas durante a Fase de Operação de construção, espaço ou infraestrutura. As atividades de FM normalmente incluem operação, ocupação de leasing, manutenção, limpeza, etc.
buildingSMART: Uma organização internacional que visa promover o intercâmbio de dados interoperável, aberto e não-proprietário entre aplicativos usados na indústria da construção. A buildingSMART está envolvida no desenvolvimento do Industry Foundation Classes, do Dicionário de Dados buildingSMART (bSDD) e do Information Delivery Manual (IDM).
MET – Model Element Table: Tabela de Elementos Modelados. É uma tabela que normalmente se encontra no BEP e que define com precisão e de maneira visual o LOD, nível de detalhe, com que serão modelados os elementos para as diferentes categorias do modelo.
EIR – Employer’s Information Requirements: Requisitos de Informação do Empregador. Deveria ser um dos primeiros documentos emitidos na hora de começar a trabalhar em BIM. Define as necessidades do cliente para cada etapa do processo construtivo do modelo. Segundo a norma inglesa vigente este documento é fundamental para escrever o BEP. Os Requisitos de Informações do Empregador (EIR) podem incluir níveis de detalhes de modelagem, requisitos de treinamento/competência, sistemas de organização, formatos de troca ou outros processos, padrões ou protocolos exigidos pelo empregador.
PIM – Project Information Model: Modelo de Informação do Projeto. É assim que o projeto BIM é chamado durante a fase do processo e até o momento anterior para entregá-lo ao cliente. Uma vez entregue ao cliente e concluído este projeto é renomeado AIM (Asset Information Model). O PIM é um subtipo de modelo de informação desenvolvido durante as fases de projeto, produção e construção (ou renovação) de um projeto. Na entrega, o Modelo de Informação do Projeto (PIM) é a base para o Modelo de Informação do Ativo (Asset Information Model – AIM) e, portanto, deve representar o que foi realmente instalado e não o que os projetistas pretendiam.
AIM – Asset Information Model: Modelo de Informação de Ativos. É um subtipo de Modelo de Informação que suporta a manutenção, gerenciamento e operação de um ativo em todo o seu ciclo de vida. Um Asset Information Model (AIM) é usado: (a) como um repositório para todas as informações sobre o ativo; (b) como meio de acessar/vincular a sistemas corporativos (por exemplo, CMMS e BMS); e (c) como meio de receber e centralizar informações de outras partes ao longo das fases do projeto.
API – Aplication Program Interface: Interface do Programa de Aplicação. É um programa de programação para fazer pequenos aplicativos ou macros que simplificam o trabalho em programas BIM. A API do Revit tem código aberto e está disponível para usuários na guia “gerenciar”, “gerenciar macro”. Graças a isso, tarefas que seriam extremamente repetitivas podem ser simplificadas e programadas. O mestre das APIs do Revit é, de acordo com o autor do site Especialista3D, Marry Mattison. Conheça o trabalho dele no site Boost your Bim.

E voltando ao tema deste artigo: Por onde começar?

Procurando absorver o máximo de informações que você puder. Quanto mais você entender sobre BIM, melhor será seu desempenho profissional neste campo.
Entender os termos, conceitos e programas não basta, mas já é um baita começo! Você precisa praticar e isso requer uma das habilidades que estão em alta nas empresas: Colaboração. Você precisa saber como trabalhar em equipe de forma a acrescentar. O trabalho colaborativo requer muito mais do que “você saber fazer a sua parte”, requer que você saiba fazer a sua parte em conformidade com o trabalho geral do restante da equipe. Comunicação é a chave para começar a ser colaborativo. Pergunte, questione, opine: faça parte.
Aquele mundo em que você trabalha em uma sala fazendo uma parte, e seu colega trabalha em outra, e assim por diante, sem se verem ou se falarem: Aquele é o velho mundo. Hoje esse tipo de trabalho não faz mais sentido, o mercado requer um perfil colaborativo e proativo.
Temos uma fonte inesgotável de informações na internet, ao alcance de, praticamente, todos. Saber filtrar é o X da questão. Para facilitar a sua vida aqui vão algumas literaturas para você começar:

Até o próximo artigo da Série Quebre Barreiras e Utilize o BIM!
Bibliografia e Referências consultadas:
¹: Fonte Governo Digital – Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
2: Fonte Imagem Interoperabilidade
3: Fonte O que é IFC
4: Fonte ASBEA
⁵: Fonte Especialista 3D
⁶: Fonte BIMExperts

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